(Apagado o primeiro "Nuvens de Orvalho", e depois de grande interregno, surge esta segunda via, com o principal objectivo de não perder ou deixar ao abandono alguns dos trabalhos do anterior.)

03/02/2025

Geada

Crepita o lume na lareira 
Há geada no quintal 
Lá fora aperta o frio
Cá dentro geme o meu rio

Não sei se é da chuva ou do vento
Calor não é de certeza
Muito embora brilhe o sol
Uma pessoa também se cansa

Cansam as rimas e a poesia
Cansam as canções e a música
A dança acelera o ritmo
Mas os acordes são os mesmos

Não sei se cante se cale
Se grite ou se me embale
Se fuja ou se me instale
Nem como enfrentar este mal

Publicado originalmente em 11/10/2010 no primeiro Nuvens de Orvalho

14 comentários:

  1. Um poema cheio da beleza que as geadas deixam no quintal,embora haja tanto frio em nós ... a mim não cansa apreciar sua forma bonita de criar as rimas e a poesias. Um abraço, Fá

    ResponderEliminar
  2. "Cansam as rimas e a poesia
    Cansam as canções e a música".

    Boa noite de Paz, querida amiga Fá!
    Tem geadas que fazem cansar tudo em nós...
    Um belo poema.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

    ResponderEliminar
  3. What a beautifully expressive piece, filled with emotion and imagery. The contrast between the warmth of the fire and the cold outside creates a powerful backdrop for the internal struggle you're describing. It captures the essence of confusion and weariness, as the rhythm of life feels both repetitive and overwhelming. A poignant reflection on the complexity of emotions and choices.

    Wishing you a peaceful weekend! Feel free to check out my latest post.

    ResponderEliminar
  4. Lindo poema. Me gusto mucho.

    ResponderEliminar
  5. As chamas da Larreira
    fazem cismar Fá ´,~`))))))))
    Bom e belo dia em harmonia, bom dia, bom fim de Semana, beijinhos ´, `)

    ResponderEliminar
  6. Belo poema, amiga Fá.
    É sempre muito importante não perder o trabalho feito.
    Gostei bastante.

    Votos de um bom fim de semana, com muita saúde e paz.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

    ResponderEliminar
  7. Olá querida Fá!

    Adorei como brincou com as palavras, rimando. Se há coisas aue cansam... a sua poesia não é uma delas! 👏🏼

    Abraços! 🤗

    ResponderEliminar
  8. Estimada entre esos vaivenes nos forjamos cada día más
    Te comprendo, pero quien escribe y ama hacerlo, sabe que no es fácil siempre encontrar el hilo conductor de nuestro pensamiento, pero aunque cueste, este se pide en esa gracia que sabes bien en donde hay que pedir con humildad.
    Un abrazo grande 🌷🌼🌺🙏

    ResponderEliminar
  9. Se eu soubesse música faria uma para esta bela letra.
    Excelente, gostei imenso.
    Boa semana.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  10. Anónimo13:00

    Às vezes precisamos de ficar apenas parados!

    ResponderEliminar
  11. Oi Fa! Sim, todos nós cansamos... e a melhor maneira de enfrentar isso é descansando. Não desistir, mas descansar de verdade. Adorei ler! 😘

    ResponderEliminar
  12. É assim, minha amiga, há momentos desse cansaço indefinido e nostálgico...
    Gostei do poema e da toada rítmica que ele impõe.
    Beijinho

    ResponderEliminar
  13. Felizmente, a arte se renova, apesar das naturais oscilações de criatividade.
    Boa semana.

    ResponderEliminar
  14. Boa tarde Fá,
    Um poema magnífico que muito apreciei, que está mesmo a pedir uma música!
    Um beijinho e feliz fim de semana.
    Emília

    ResponderEliminar

«abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos»
(Mia Couto)

Leia pf: Indicações sobre os Comentários

poderá também gostar de